domingo, 21 de dezembro de 2014

Os primeiros grandes passos da banda CAIM


Formada no interior da Bahia, a banda CAIM ganha força no cenário independente da música com um trabalho forte, cheio de influências, poesia e visão social. Achiles Neto e Marcus Marinho, idealizadores do projeto, conversaram com a equipe do Cuíra e falaram sobre o projeto, processo de composição e os rumos da banda para 2015.

Vocês têm um CD anterior, apenas voz e violão, de quando ainda não era CAIM. Agora vocês trouxeram arranjos maiores, com uma banda por trás. Quais são as principais diferenças desses dois trabalhos?

Marcus – Aquele momento da nossa parceria era um momento um pouco imaturo. A gente tinha algumas indefinições sobre o nome do projeto. Lançamos o disco num momento muito importante, nos descobrindo enquanto compositores. Quanto à participação dos meninos, nós já tínhamos essa ideia desde “Pandora”. O CAIM é uma forma de agregar não apenas o meu trabalho em parceria com Achiles, como compositores, mas a participação de Júnior na bateria, de Tiago no contrabaixo e de Tarcísio na guitarra. Como você disse, a natureza dos arranjos mudou, então, na minha opinião, o disco novo é o primeiro. É o segundo da minha parceria com Achiles, mas é o primeiro disco do CAIM, que é um projeto totalmente novo, apesar de a gente tocar algumas músicas daquele CD, o “Pandora”.

Vocês falam de religiosidade, cultura, questões sociais. Como acontece o processo de composição de vocês? Com vocês centram tudo isso nas letras?

Achiles – A gente sempre debate muito. A nossa parceria como músicos é contemporânea da nossa amizade. Nós somos amigos íntimos, somos grandes melhores amigos. Então como todos os melhores amigos a gente conversa sobre todas as coisas. As músicas são sempre um consenso. O fato de eu escrever as letras nesse disco não diz que somente eu tivesse pensado sobre esses temas para essas músicas.  
Marcus – Acho que o processo de composição saudável passa muito longe de algumas propostas com o ego. Acho que a sinceridade nesse disco está nisso, porque todo mundo se entregou no projeto desde o processo de composição até a elaboração dos arranjos. Passar de Achiles e Marcos para CAIM é também respeitar esse projeto, a inserção de outras perspectivas. A gente está falando da nossa amizade, mas, desde que a gente se comporta como banda, os outros olhares têm sido muito importantes. 



Vocês já possuem dois clipes lançados até agora. Como acontece o processo de gravação e produção? A gente pode esperar novos clipes de outras músicas do disco?

Marcus – Está no projeto, mas isso demanda tempo e recurso. Somos uma banda independente, então as ideias dos clipes e do trabalho de divulgação passa pela viabilidade econômica do projeto. Mas temos novas ideias e parceiros.
Achiles – O nosso último clipe, por exemplo, foi o resultado de um trabalho de estudantes de cinema da Uesb. A gente fez uma parceria com eles, eles propuseram a construção do clipe e a gente pôde realizar. De antemão, a gente pretende sim gravar novos clipes. Temos a previsão de lançamento de single novo já no início do ano que vem, e a gente queria poder unir o lançamento desse single com um material de vídeo. A gente acha importante essa junção de música, vídeo e outras vertentes artísticas. 

Vocês falaram que CAIM é uma banda independente e recentemente vocês explicaram o rompimento com a gravadora, que estão numa fase de mudança. O que a gente pode esperar da banda CAIM para 2015? Quais são os novos rumos da banda?

Marcus – Já estamos pensando nos próximos clipes e nas próximas apresentações, mas estamos pensando tudo com muito cuidado para que a gente não tenha outros contratempos. A gente pensa a divulgação do trabalho com o fruto de um amadurecimento, em que a gente possa se aproximar mais do público, fazer as coisas mais no nosso tempo e mais coerente com a nossa linguagem. A expectativa é de que a gente consiga se entregar mais e afirmar ainda mais a nossa identidade, não apenas como compositores, mas também como banda.

Achiles – Vocês que acompanham a gente com todo o cuidado também são contemporâneos desse processo de amadurecimento, então é muito fácil vocês compreenderem que a gente está amadurecendo o trabalho, que é um processo, uma construção. O CAIM hoje é o resultado de uma coisa que se iniciou há alguns anos e que está num processo de inovação, de reconstrução. Eu tenho certeza que em 2015 a gente vai conseguir evidenciar mais isso e fazer com que as pessoas compreendam mais o que a gente pretende, de fato, com o CAIM, o que ele é, e quem são as pessoas por trás dele. 

Você pode baixar o disco "Ciência, Arte, Ideologia e Música" gratuitamente no site do projeto

Assista o clipe da música "Dei Conta"

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