segunda-feira, 18 de maio de 2015

Maria Gadú se reinventa no orgânico "Guelã"


Os primeiros minutos já anunciam: a delicadeza, típica de Gadú, está presente novamente. É assim que "Guelã" se apresenta ao dar o play. Com dez faixas inéditas, o terceiro álbum de estúdio da carreira de Maria Gadú chegou nesta segunda (18) ao mercado e reiventa o que já conhecíamos do trabalho da paulista.

Mais cru e com melodias mais intensas, "Guelã" dá sequência a alma sensível da cantora, mas sob uma nova perspectiva. Como anunciava "Obloco", faixa mais pop do disco, a mistura sutil dos beats eletrônicos com instrumentos mais pesado dão o tom do novo trabalho. É como se tudo saísse, de fato, pela guela, sem a menor preocupação de soar ríspido, angustiante, declarador ou suave. Tudo em "Guelã" soa mais potencialmente orgânico.

"Suspiro" e "Aquária", faixas que abre e fecha, respectivamente, o álbum, são provas de que a força maior desse novo trabalho está na sonoridade e não, necessariamente, nas composições. "Semi-Voz" faz de Gadú uma verdadeira imploradora de um romance, trazendo para o novo trabalho um dos arranjos mais sedutores e intensos. Já os beats tomam formas claras em "Tecnopapiro", enquanto o jeito doce de interpretar de Gadú ganha espaço na quase carta musicada "Trovoa". Outra sonoridade presente no disco é a música africana, evidente em "Sakédu", faixa quase inteiramente instrumental.

"Guelã" é mais um passo da carreira de Gadú que vem para reafirmar a grandiosa artista e o grande poder de se reiventar dentro da sua arte. Menos acústico, menos recheado de sucessos prontos, essa é uma nova experiência que nos faz ter certeza que valeu a pena esperar quatro anos.

Mais ouvidas: "Semi-Voz", "Obloco" e "Tecnopapiro"

Ouça "Guelã" no Deezer

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