quinta-feira, 14 de maio de 2015

Dona Zaíra e o forró que vai além das raízes


É entre a tradição do forró e o poder de fazer música de forma misturada e rica que a banda Dona Zaíra se destaca no cenário atual brasileiro. Apesar de fundada em 2005, o trabalho que melhor propõe esse hibridismo sonoro entre o passado e as novas perspectivas musicais chegou em 2014, com o disco "Antenas e Raízes".

Por si só, o título já apresenta a mistura do forró de raiz com o desejo de buscar sons em outras sintonias dissipadas pelo Brasil inteiro. Nessa missão, a banda não se acanha e faz bonito. Do carimbó nortista ao maracatu nordestino, do coco-de-rodo aos beats eletrônicos: tudo vira elemento nessa cena audaciosa e sedutora. E já em "Antenas", faixa que abre o disco, a banda paulista alerta para a proposta que não é só sonora, mas se revela também nas composições: "Chão bem firmado no pé / Céu não limita a fé não".

O "carimbó forrozeado" de "Terno e Gravata" ou o coco-de-roda de "Coco Caipira" são algumas das marcas regionais brasileiras que aparecem no disco. Além das sonoridades, Dona Zaíra investe em letras que trazem reflexões sociais e políticas, como em "Forró em Brasília", ou no bom humor de temas polêmicos, como em "Sexo". O Mercado Ver-o-Peso, em Belém no Pará, e o Terminal Rodoviário de Piracicaba em São Paulo foram palcos para a produção de duas faixas sonoras que introduzem algumas músicas de "Antenas e Raízes".

O romantismo também faz parte do forró da Dona Zaíra, que aposta em um xote delicioso nas músicas "Não Demore" e "Tom de Alegria", ambas com um lirismo nordestino evidente nas composições.

Mais ouvidas: "Não Demore", "Sexo" e "Terno de Gravata"

Assista ao clipe de "Terno e Gravata"


Ouça "Antenas e Raízes"

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