quinta-feira, 5 de março de 2015

Som de 3 - Revista Gambiarra


Para trazer um som legal em nosso Cuíra Musical, convidamos Ana Paula Marques, da Revista Gambiarra, para assinar a nossa coluna "Som de 3". Com muita percussão e influências nordestinas, as surpresas não poderiam ser mais incríveis. Confere só!

Escolher apenas três nomes para indicar é uma tarefa um pouco difícil para mim, já que sou viciada em garimpar internet afora em busca de novas sonoridades. Sou apaixonada pela música brasileira e suas imensas possibilidades, e particularmente pela música pernambucana e baiana. Por isso, selecionei alguns nomes que conheci por lá e por aqui, em festivais, e que eu nunca mais consegui tirar da playlist.

Ylana Queiroga
Som que vem de lá das terras pernambucanas, Ylana Queiroga é considerada uma das vozes mais promissoras da nova cena do estado. Filha do Maestro Spok (Spok Frevo Orquestra), tem a responsa de carregar o nome da família Queiroga. Dela fazem partem, entre muitos outros talentos, Lula (cantor e compositor), Tostão (baterista de Elba Ramalho), Yuri (multi-instrumentista) e Nena Queiroga (cantora). 

Seu primeiro CD, “Ylana”, foi produzido pelo irmão, Yuri Queiroga, e reúne interpretações de canções compostas por nomes como Jorge du Peixe, China, Capiba, Alceu Valença, Ortinho e Siba. Uma das faixas, denominada “Calcanhar”, faz parte da trilha sonora do filme “Tatuagem” (2013), dirigido por  Hilton Lacerda. Outra canção que merece atenção é “Trancelim de Marfim”, de autoria da também cantora pernambucana Isaar, gravada pela mesma no álbum “Aparelhagem”, do DJ Dolores.


Bongar
Também das terras pernambucanas, o grupo formado por seis jovens integrantes do terreiro Xambá do Quilombo do Portão do Gelo, em Olinda, tem um trabalho voltado para preservação e divulgação da cultura do Côco de Xambá. Na estrada desde 2001, o Bongar também tem a ciranda, o maracatu e o candomblé fortemente presentes em suas raízes. 

Os integrantes do grupo herdaram toda essa musicalidade desde a infância, aprendendo com os mais velhos os toques, as loas e as danças, durante as festas da Casa Xambá, realizadas no dia 29 de junho. A curiosidade é que os jovens são todos da mesma família.

O Bongar possui dois discos independentes, o “Chão Batido – Coco Pisado” (2012) e “29 de Junho” (2009). Recentemente gravaram o DVD “Festa no Terreiro”, com a participação do maestro Benjamim Taubkin e de Juliano Holanda, da Orquestra Contemporânea de Olinda. O DVD também possui um documentário e está totalmente disponível no Youtube. A parte difícil é aprender a dançar esse tal de côco, risos.


Coletivo di Tambor
O bairro de Amaralina, em Salvador, é a fonte de inspiração do Coletivo di Tambor, grupo que mistura a percussão com elementos da worldmusic e da música de matrizes africanas. O grupo existe desde 2007, a partir da iniciativa do grande percussionista Mamá Soares, que já tocou em bandas como Lampirônicos e Timbalada. 

O Coletivo lançou seu primeiro EP composto por sete faixas no ano passado e o disponibilizou na plataforma SoundCloud. O clipe de “A Filha de Calmon” foi dirigido pelo cineasta italiano Max Gaggino, um apaixonado pela cultura baiana.


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