O disco, que leva a produção de Luã Mattar e Yuri Queiroga, traz Elba envolvida num universo pop contemporâneo, porém, sem deixar de lado as influências tão marcantes da música nordestina que, nesse novo trabalho, é fundida a outros gêneros e ritmos, compondo um resultado instigante desde a primeira escuta.
Elba abre o disco com “Olhando o Coração”, música inédita de Dominguinhos e Climério Ferreira, trazendo, no ritmo do xote e do baião, a alegria de quem já trilhou por muitos caminhos e ainda encontra razões para festejar. O álbum conta ainda com outra inédita do mestre Dominguinhos, “Contrato de Separação”, faixa em que Elba interpreta a dor de uma saudade ao som melodioso do acordeom.
A cantora mostra a força de sua música e da ideia proposta nesse novo disco em canções como “Fazê o Quê”, que agita pelo peso das guitarras numa espécie de repente. Também em “Só Pra Lembrar”, Elba reforça sua mensagem madura de amor e acalanto em meio a momentos de pouca esperança e luz. O mesmo pensamento segue presente na balada “É O Que Me Interessa”, composição de Lenine e Dudu Falcão, que ganhou arranjos sofisticados e serenos.
“Do Meu Olhar Pra Fora” ainda chama atenção pela forma como a artista transita por gêneros distintos, indo do fado de “Nos Ares de Lisboa/Passarinho Enganador”, faixa na qual Elba divide os vocais com a portuguesa Carminho, passando pelo reggae na regravação de “Árvore”, do baiano Edson Gomes, até chegar à delicadeza da música francesa em “La Noyée”, mas não sem antes abraçar o Nordeste no toque ritmado de “Patchuli”, ao lado do paraibano Chico César. “Ser Livre”, faixa que encerra o disco, traz sintetizadores que mexem com os sentidos e afloram por completo os sentimentos presentes em todo o trabalho, de amor, esperança e, principalmente, de liberdade.
Ouça "Do Meu Olhar Pra Fora" completo
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