Como quem toma uma dose tripla de uma bebida forte e despeja todo e qualquer sentimento que ainda resta dentro de si, a música de Johnny Hooker vem encontrando cada vez mais espaço no cenário de novos artistas nacionais. Nascido em Recife, berço de uma cultura popular rica e marginal, o cantor foi o grande vencedor do programa Geleia do Rock, no Multishow, em 2010. Anos depois, apresentou "Roquestar", primeiro disco de carreira, que afirma uma espécie de rock glam, defendido não só na sonoridade do seu trabalho, como no visual.
Com os ruídos necessários do rock e a interpretação intensa para as composições fortes - e, algumas vezes, questionadoras - "Roquestar" é um álbum interessante, que mostra o quanto a produção do rock brasileiro ainda vem acontecendo em diferentes segmentos do próprio gênero. "Amor Marginal", que abre o disco, nos remete à Cazuza, assim como boa parte do trabalho de Hooker. De forma bem humorada, a regravação de "Mãonogamia" se destaca no disco e narra as primeiras experiências com a própria sexualidade, através da masturbação. Mas é em "Só pra ser teu homem" que Hooker entrega sua interpretação mais voraz, em um rock de melodia acelerada que intensifica o desespero de cada verso.
Hooker também é defensor de "Volta", música mais forte de "Tatuagem", filme de Hilton Lacerda, lançado ano passado. Além de integrar a trilha sonora, ele atua no longa, assim como fez em "A febre do rato" e, atualmente, na novela "Geração Brasil".
"Volta"
"Amor Marginal"
Ouça o CD "Roquestar" no Rdio*
*Basta logar com seu Facebook para ouvir o disco completo.
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