sábado, 11 de julho de 2015

SuperStar termina 2ª temporada mostrando que entende de música


Para quem é apaixonado em descobrir sons escondidos pelo Brasil, certamente competições musicais são uma mina de ouro. A segunda temporada do SuperStar, reality show de bandas da Rede Globo, termina neste domingo (12), e o que não faltou no palco foram grandes artistas, que mostram o quanto nossa música passa bem para os que estão afim de sair do habitual e descobrir o novo.

Depois de uma primeira temporada cheia de talentos, mas com inúmeros erros de produção, parece que o programa realmente ajustou os ponteiros esse ano. As regras foram claras desde o início, tirando um ou outro 2% de jurados convidados que pareciam fazer figuração a cada domingo na plateia. A temporada teve dinâmica suficiente para não levar o público à exaustão, nem parecer que faltava alguns programas para cumprir sua missão final de revelar uma banda.

Malta, Suricato e Jamz foram grandes destaque
na 1ª temporada e fora do programa.
O time de jurados - duramente criticado na época da escalação - não fez feio. Paulo Ricardo mostrou propriedade e experiência para falar em um ambiente onde o rock domina, fazendo a gente nem lembrar que Dinho Ouro Preto ocupou a mesma cadeira no ano passado. Sandy mostrou ser gente grande quando o assunto é técnica musical. Apesar de alguns deslizes (e quem nunca confundiu instrumentos, né?!), a cantora cresceu ao longo da temporada e não se intimidou em dizer "não" ou apontar falhas nas apresentações. Thiaguinho esteve lá também... mas é melhor seguir o texto né?

Se olharmos para o The Voice Brasil (não tem como não comparar os dois, já que ambos trabalham com a revelação de talentos da música e surgem no Brasil na mesma época), o SuperStar parece caminhar melhor quando o assunto é alavancar a carreira de um artista. Em sua primeira temporada, o programa emplacou a banda Malta, sem contar no crescente trabalho das outras finalistas: Suricato, Jamz e Luan Forró Estilizado. Chegando ao fim, a segunda temporada promete fazer com que o Brasil ainda ouça muito Lucas e Orelha, Scalene e até os Dois Africanos.

A força da franquia The Voice não trouxe nenhum grande artista ainda para o cenário brasileiro - e digo isso em termos de carreira pública, não de talento. Nenhum vencedor apresentou um trabalho maduro assim que saiu do programa, nada que, de fato, acrescentasse à cena atual. A ausência de uma possível liberdade artística faz com que tudo pareça um grande show de cover, roubando a oportunidade de tornar visível novos trabalhos da música nacional. O SuperStar vai na linha contrária, reafirma o discurso do autoral, do inédito, de ouvir a essência da banda e o que ela traz de novo. E aí mora um elemento que me agrada infinitamente mais: consumimos verdadeiramente o artista/a banda.

Além disso, o SuperStar é uma competição em equipe, que trabalha com músicos e não com o estrelato de um cantor. Fora da competição, um grande artista só decola se tiver uma grande equipe em cima do palco. Nenhum cantor faz show sozinho, e talvez seja esse mais um diferencial do SuperStar: compramos a banda pronta, aquela que vai se apresentar nos shows fora do programa. Claro que, além disso, questões empresariais pesam. Enquanto o vencedor do SuperStar grava com a Som Livre (gravadora da Globo), no The Voice Brasil, a Universal Music é a responsável pela carreira do campeão. Óbvio que o espaço midiático televisivo da Som Livre é maior para emplacar seus artistas (Alô trilha sonora das novelas globais!).

De toda forma, quanto mais programas do gênero, mais espaço teremos para a música que vem do alternativo, do desconhecido, e menos razões para você dizer que a música brasileira se perdeu nos últimos anos. Aproveita e confere o que essa temporada do SuperStar nos apresentou de mais especial:

Supercombo - Piloto Automático


Scalene - Amanheceu


Versalle - Vinte Graus


Dona Zaíra - Tom de Alegria


Devir - Onde Quero Star (All About That Bass)


Lucas e Orelha - Presságio


VERSÃO DA TEMPORADA:
Kita - Hoje Eu Quero Sair Só (Lenine)

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